Capítulo 08
Grupo dos decididos
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“O que queres que te faça?” Ele respondeu: “Senhor, eu quero ver de novo”.
O cego de Jericó estava diante de
Jesus. Venceu as mais diversas barreiras, mas agora estava ali. A basilar
batalha vencida, sem dúvida alguma, foi a que travou consigo mesmo.
Esquadrinhando a própria vida, mergulhado em suas memórias, admitiu erros,
entristeceu-se por eles, e quedou-se de joelhos aos pés do Mestre em súplica de
perdão.
Enfrentar a própria verdade de maneira consciente, com
resignação, leva ao caminho do arrependimento. É necessário reconhecer os
deslizes e, sem desculpas, assumi-los.
Adão, quando interpelado pelo Senhor, pretendeu culpar
Eva por ter-lhe dado a comer o fruto proibido. Tentou a transferência do erro
para livrar-se do castigo.
Não podemos enganar a Deus. Bartimeu sabia disso...
O fato de estar tão perto de Jesus já o fazia mais que
vencedor, tornava-o íntimo como um amigo mais chegado.
Ao chamá-Lo de Filho de Davi, extravasou um pedido
sincero de perdão. Jesus o chamou porque já o havia perdoado.
A primeira procura de Bartimeu foi pelo reino de Deus
e sua justiça. Quando O achou, teve a certeza de que muitas outras coisas
seriam acrescentadas à sua vida.
Jesus lhe fez a pergunta. “O que queres
que te faça?”
Tornou-se impossível agora descrever o sorriso que o
cego alargou. Não respondeu de imediato. Levou alguns momentos pensando.
Quantas coisas a vida havia lhe roubado! Quantas vezes
havia sido enganado por acreditar em promessas vãs... Perdera a alegria, a vontade
de viver, sonhos da adolescência, sempre em busca de prazeres efêmeros, irreais
que se esvaeceram como fumaça ao vento.
Na presença de Jesus, pelo perdão recebido, teve a
oportunidade de um recomeço.
Bartimeu passou a fazer parte do grupo dos decididos
que são aquelas pessoas que traçam metas, lutam por elas e as conquistam.
Depois de apossar-se do perdão, finalmente respondeu:
– Senhor, eu quero ver de novo...
Entre outras coisas, Bartimeu recuperou imediatamente
a visão.
O que o inimigo nos roubou traiçoeiramente e que
precisamos recuperar?
Será que ainda guardamos no peito a alegria da
salvação? Ainda sentimos júbilo quando vamos à Casa do SENHOR?
De que tamanho está o meu sorriso, se é que ainda
sorrio? Alguém pode facilmente descrevê-lo? Que caminhos temos escolhido para
trilhar? Quando foi a última vez que nos sentimos regozijados por voltarmos
para casa, para abraçarmos nossos irmãos? Acaso recordamos ainda quando
dissemos, pela última vez, filho, filha, esposa, eu te amo? Há quanto tempo
atrás foi que uma lágrima de contentamento passeou em nosso rosto?
Estaremos sempre diante de Jesus pelo arrependimento e
sem dúvida Ele repetirá a pergunta feita a Bartimeu: “O que queres que te
faça?”.
Deus nos deu o livre arbítrio para respondermos esta e
tantas outras perguntas... Será que Bartimeu, como cego, enxergava mais que
nós?
Pr.
Antonio Jorge
ajorgefs@gmail.com
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