sábado, 25 de maio de 2013

O Conselho de Jesus


Capítulo IV
O Conselho de Jesus

Vs. 04 Tendo acabado de falar, disse a Simão: “Vá para onde as águas são mais fundas”, e a todos: “Lancem as redes para a pesca”.

A Palavra de Deus nos diz que devemos meditar nela dia e noite, e meditar significa não somente ler, mas estudá-la com afinco e, sobretudo, vivê-la.
Jesus havia aproveitado o barco de Simão, o mesmo Simão ao qual chamaria mais tarde de Pedro, para pregar o Evangelho. Sabia que ele era um pescador experiente, capaz... Mesmo assim, aconselhou-o a trabalhar em águas mais profundas.
O que o SENHOR quis dizer com isso? Será que estava acusando aquele homem de incompetente? Com certeza não...
Quando Jesus mandou o pescador para águas mais profundas estava também se referindo a cada um nós hoje em dia.
Pedro estava em águas rasas antes de ter ouvido os ensinamentos de Jesus. Precisaria ir mais além se quisesse receber as bênçãos de uma farta pescaria.
Nada se consegue quando fazemos as coisas superficialmente, de modo negligente, sem um empenho real.
Jesus estava dizendo a Pedro que ele estava no lugar errado. Poderia, inclusive, estar pescando da maneira correta, mas no lugar inadequado.
Estamos no lugar certo? Onde estamos? Em que usamos os dias que o SENHOR nos tem dado? O que estamos produzindo? Quando declaramos amor a Deus dizemos isso com o coração ardendo de alegria ou apenas O louvamos com os lábios?
Amar ao Criador sinceramente significa sair das águas rasas e mergulhar profundamente no conhecimento da Sua Palavra. Quanto mais O conhecermos, mais haveremos de amá-Lo.
Jesus não se contenta em apenas dizer que estamos em lugar censurável. Ele nos oferece o caminho e o exato ponto onde estão as bênçãos que tem reservado para nós.
Por vezes até tentamos chamar a atenção das pessoas para o caminho certo. Quando nos ouvem e observam, o que veem em nós? Como estão nossas redes? Peixes ou lixo?
Servir a Deus de modo superficial é pescar em águas rasas, é negligenciar nas orações, é passar ao largo quando alguém silenciosamente implora por socorro.
Procurar águas profundas significa conciliar fé com obras. Amor ao próximo com desprendimento. É revelar aos que nos cercam que a alegria da salvação em Cristo está disponível para todos.
Depois de ensinar como proceder para alcançar as graças, Jesus se referiu não só a Simão, mas aos outros pescadores... “Lancem as redes”...
Deus tem benefícios, dádivas, para cada um de nós. Precisamos apenas obedecê-Lo... E lançar as redes.
Não podemos esquecer de que pescar em águas profundas exige dedicação, amor e persistência.
Devemos nos esvaziar de nós mesmos e vivermos cada momento como se fôssemos um só com Cristo; caso contrário, estaremos, de maneira inglória, pescando em águas rasas apenas enchendo a rede de nossas vidas com restos e lixo.

Pr. Antonio Jorge

domingo, 19 de maio de 2013

A estratégia de Jesus



Vs. 03: Entrou num dos barcos, o que pertencia a Simão, e pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia. Então sentou-se, e do barco ensinava o povo.

Jesus guardava um propósito em seu coração: falar do Reino de Deus à multidão que o acompanhava e aos pescadores que alcançara.
O murmurar do vento que soprava mesclado aos brados do grupo não lhe permitiam falar. Precisava de uma estratégia, de uma tática para resolver esse impasse.
Entrou num dos barcos, o que pertencia a Simão, e pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia”. Desse modo pôde discorrer a respeito do Reino de Deus. Falou mansamente aos corações presentes sobre a Verdade que liberta.
Acredito que enquanto Jesus se pronunciava, até os ventos pararam para ouvi-Lo.
É triste vermos, hoje em dia, pessoas que diante de um determinado problema perderam as forças lutando bravamente, sem antes estabelecerem um plano de batalha.
Se o problema existe, quão grande é? Onde reside? Disponho de armas adequadas para o combate? Sou exército de um só homem? Preciso de ajuda?
Jesus procurou um lugar adequado para resolver “seu problema”. Do barco pôs-se a ensinar.
Onde estamos? Será que posicionados no lugar correto para resolvermos nossas contendas? Procurando fugir das bebidas, buscamos um grupo companheiro que insistentemente nos convida para bebericar “socialmente” em algum bar?
Qual é o meu ponto fraco? Adultério? Que lugares frequento? Procuro andar sempre com minha esposa ou prefiro aconchegar-me a alguém que, pela mesma fraqueza, destruiu seu lar deixando filhos infelizes como presas fáceis para aliciadores e traficantes?
Jesus entrou naquele barco para ensinar. Se estou na multidão que O acompanha por acreditar que Ele é o Messias, o próprio Filho de Deus, devo imitá-Lo, levando seus ensinamentos por onde quer que ande, porém: o que tenho para transmitir? Tenho crédito ao falar? Pertenço ao grupo dos hipócritas que dizem “faça o que digo, mas não faça o que faço”?
Caso meus passos estejam em descompasso com os do SENHOR, posso corrigi-los ouvindo e seguindo seus ensinamentos.
Não importa o rigor das tribulações, não importa a fúria das ondas que se arvoram em nos engolir, nada é maior que a misericórdia e o amor de Jesus por cada um nós. Ele sempre estará na praia de nossas vidas, sentado em um barco pronto para nos mostrar uma estratégia que certamente nos levará à vitória.
Pr. Antonio Jorge

domingo, 12 de maio de 2013

Lavando as Redes



Capítulo II
Vs. 02:Viu à beira do lago dois barcos, deixados ali pelos pescadores, que estavam lavando as suas redes.

         Vez por outra, enquanto caminhava, alguma onda mais atrevida beijava-lhe os pés em adoração. A natureza sempre o reconheceu como soberano, Senhor e criador... Diferente de muitos homens...
         Com os olhos fixos em algo mais distante, sem se importar com os empurrões que sofria, continuava em frente em direção aos barcos já não tão distantes.
         Jesus queria ensinar a Palavra de Deus, discorrer sobre o Reino de seu pai. Ele almejava alcançar a todos, por isso não se deteve ali mesmo para falar.
         Quando parou perto dos barcos viu, na expressão dos pescadores que limpavam as redes, o desânimo, a frustração. Aqueles homens haviam pescado a noite inteira sem sucesso. Conseguiram apenas um punhado de lixo entre as malhas que deveriam abocar os peixes.
         É fácil pintar esse quadro real. Alguns homens decepcionados, recurvados sobre uma longa rede desgastada pelo tempo, procurando desvendar o motivo do fracasso. No lugar de peixes, escórias que o mar carrega involuntariamente e as vomita na praia.
         Afinal, eram profissionais, viviam da pesca, usaram toda a sua capacidade e experiência. O que lhes faltou?
         Muitas vezes, para entendermos o quadro real de nossas vidas precisamos olhar do outro lado da tela. Nem tudo está explícito quando olhamos o lado bonito e superficial das coisas.
         Quando Jesus insistiu em caminhar até os pescadores é porque não despreza ninguém. Todos são importantes para Ele. Não importa se somos pescadores, doutores, brancos, negros, ricos ou pobres... Todos temos o mesmo valor, pois fomos criados por Ele à Sua imagem e semelhança. Como se não bastasse, nos resgatou do pecado com seu próprio sangue.
         Os pescadores confiaram em si mesmos, usaram seus próprios meios e técnicas... Não deu certo... Quantas vezes procuramos resolver nossos problemas tentando usar o máximo de nossa capacidade física ou intelectual e não conseguimos? Quantas vezes nos sentimos derrotados diante de um problema o qual tentamos resolver do nosso próprio modo? Quantas derrotas já amargamos por isso?
         Eventualmente paramos para pensar debruçados na certeza de que nos faltou algo. Quantas vezes ainda insistiremos em agir sozinhos, para lamentarmos e colecionarmos mais uma derrota por vezes maior que as anteriores?
         Olhando do outro lado do espelho da vida não encontraremos as respostas e o caminho para a vitória?
         Esses pescadores estavam agora próximos de Jesus, mas ainda não haviam recebido seus ensinamentos.
Quão longe estamos de Jesus? Se olharmos em volta de nós mesmos e desviarmos os olhos do lixo que arrebanhamos nas redes de nossas vidas, certamente O veremos por perto querendo nos ensinar algo. Ele busca por todos, inclusive por mim e por você.
Pr. Antonio Jorge

domingo, 5 de maio de 2013

A pesca Milagrosa

   
      No livro “A pesca milagrosa” a proposta é analisarmos o texto descrito em Lc 5:1-11. De cada versículo compusemos um capítulo que será editado neste blog semanalmente.

Vs.01: Certo dia Jesus estava perto do lago de Genesaré, e uma multidão o comprimia de todos os lados para ouvir a palavra de Deus.
Vs. 02: Viu à beira do lago dois barcos, deixados ali pelos pescadores, que estavam lavando as suas redes.
Vs. 03: Entrou num dos barcos, o que pertencia a Simão, e pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia. Então sentou-se, e do barco ensinava o povo.
Vs. 04: Tendo acabado de falar, disse a Simão: “Vá para onde as águas são mais fundas”, e a todos: “Lancem as redes para a pesca”.
Vs. 05: Simão respondeu: “Mestre, esforçamo-nos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, porque és tu quem está dizendo isto, vou lançar as redes”.
Vs. 06: Quando o fizeram, pegaram tal quantidade de peixes que as redes começaram a rasgar-se.
Vs. 07: Então fizeram sinais a seus companheiros no outro barco, para que viessem ajudá-los; e eles vieram e encheram ambos os barcos, ao ponto de começarem a afundar.
Vs. 08: Quando Simão Pedro viu isso, prostrou-se aos pés de Jesus e disse: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador!”
Vs. 09: Pois ele e todos os seus companheiros estavam perplexos com a pesca que haviam feito,
Vs. 10: como também Tiago e João, os filhos de Zebedeu, sócios de Simão. Jesus disse a Simão: “Não tenha medo de agora em diante você será pescador de homens”.
Vs. 11: Eles então arrastaram seus barcos para a praia, deixaram tudo e o seguiram.


Capítulo 01

A Multidão

Vs. 01: Certo dia Jesus estava perto do lago de Genesaré, e uma multidão o comprimia de todos os lados para ouvir a Palavra de Deus.

         É bem provável que o vento puro da manhã, de um dia com prenúncio de sol, não alcançasse Jesus que caminhava às margens do Lago de Genesaré.
Cercado por uma multidão de pessoas Ele se deslocava lentamente, passo a passo, buscando no horizonte a silhueta de dois barcos ancorados à beira do lago. O barulho da multidão se confundia com o quebrar de algumas ondas submissas que, em oração, comungavam com as areias da praia.
O grupo O apertava. Os mais arrojados tocavam-lhe nos braços e, em súplicas, dirigiam em brados, ao mesmo tempo, favores inusitados.
Ele caminhava em silêncio, indiferente, sem responder a ninguém. Limitava-se a ouvir. Esperava o momento para ensinar sobre o Reino de Deus. Aquela multidão não estava completa. Faltavam os tripulantes dos barcos que avistara ao longe.
Vez por outra olhava em torno de si mesmo. Via ao seu redor as mais diferentes expressões desenhadas na máscara facial de cada um deles. Uns choravam, outros riam, outros ainda mostravam indiferença, mas não desistiam de acompanhá-Lo.
Jesus conhecia o coração de cada um daqueles que o comprimiam e se arrastavam em procissão seguindo suas pegadas que se apagavam camufladas por muitas pisaduras abandonadas ao longo do caminho pela multidão.
Só o próprio Jesus podia identificar o propósito de cada um dos acompanhantes. Alguns estavam ali, porque haviam reconhecido Nele o Messias prometido nas Escrituras Sagradas.
Outros cobiçavam apenas um milagre sem se importar com o que Ele era de fato. Os que desejavam aprender sobre o Reino de Deus estavam também presentes, mas havia aqueles que O seguiam com o intuito de ouvirem alguma blasfêmia para entregá-Lo às autoridades romanas ou sacerdotes judeus.
O grupo de seguidores de Jesus crescia muito à medida que O ouviam falar do Reino de Deus. Isso preocupava as autoridades romanas que passaram a recear uma convulsão popular; preocupava também os sacerdotes judeus, que temiam perder prestígio e posição, pois estavam apegados às tradições religiosas e esquecidos das Escrituras Sagradas.
Independente do intento de cada um deles, Jesus continuava sua caminhada, sempre em frente, para oferecer a todos a PALAVRA DE DEUS.
Hoje o cenário é outro. Jesus continua caminhando não mais às margens do Lago de Genesaré, mas entre nós. Cada um, atualmente, fazemos parte da multidão que O comprime atropelando-O com pedidos e súplicas insólitas.
O que queremos de Jesus? Estamos na caravana adorando-O como o verdadeiro Messias ou desejamos apenas um milagre para nos livrarmos de algum espinho que nos machuca há algum tempo?
Queremos saber quem é de fato Jesus? Se for isso, precisamos abrir o coração, olhar em seus olhos com o amor, e deixar fluir a sinceridade que Ele espera de cada um de nós.
Estamos no agrupamento buscando uma palavra de Jesus que possa dar força às mentiras do inimigo? Que veio somente para matar, roubar e destruir? Jamais essa palavra será dita por Ele!
Será que, como as autoridades romanas e os sacerdotes judeus, contemporâneos de Jesus fizeram, queremos também afastá-Lo definitivamente de nossas vidas? O que tememos perder se Jesus entrar em nossos corações? Prazeres ilícitos desta vida?
Que motivos me forçam a rejeitar aquele que deu a vida por mim no Calvário? Será que sou feliz sem Jesus? De onde brota o sorriso que, por vezes, sorrateiro me escapa? Da superfície da face que se sujeita sistematicamente às emoções ou do coração?
A máscara que arquiteta um sorriso superficial retrata sempre a vil caricatura de um derrotado. Ela só aparece diante dos outros, mas nunca se reflete no espelho da verdade.
A alegria verdadeira se faz presente de corpo inteiro. Não apenas em um palmo de rosto bonito. Nasce do coração. Reflete-se a todo o momento, mesmo naqueles em que estamos sós.
Tribulações não são tristezas, são obstáculos a serem vencidos, e a alegria de estarmos com Jesus, nos conforta por sabermos que Ele é quem lutará por nós e em uma bandeja de amor nos servirá a vitória. Seremos vencedores sem nenhuma dúvida.
O que me leva à multidão que segue Jesus? Seja qual for o motivo, Ele sempre nos favorecerá com as respostas que precisamos e colocará em nossas mãos a espada de dois gumes, afiada, que não perde batalhas... a PALAVRA DE DEUS.
Pr Antonio Jorge