domingo, 25 de agosto de 2013

Grupo de Persistentes


06 Capítulo
Grupo dos persistentes

Vs.39b Mas ele gritava cada vez mais forte: “Filho de Davi, tem piedade de mim”.

Não foi difícil o cego de Jericó tomar a decisão de ter um encontro pessoal com Jesus.
Certamente, por muitas vezes, já ouvira falar das suas obras, ensinamentos, milagres, e ninguém poderia fazer semelhantes coisas não fosse o próprio filho de Deus, anunciado, como promessa, nas antigas escrituras.
Apregoaram que Ele passava, naquele exato momento, atraindo consigo grande multidão.
Bartimeu alegrou-se. Sentiu no coração que chegara o momento de livrar-se da capa que o identificava como mendigo.
Farto dessa pecha, imposta pela sociedade, queria libertar-se, viver de verdade, abandonar definitivamente sofrimentos, infortúnios, deixando de ser simples peça grotesca a decorar sarjetas abjetas e imundas.
Levantou-se, talvez apoiado em uma velha bengala de madeira, com o rosto voltado na direção do barulho feito pela turba.
A força que o moveu veio da fé que conquistou ao ouvir a Palavra de Deus. Precisava chegar até o Mestre.
A primeira barreira a ser vencida foi a de manter-se de pé enquanto a multidão o acotovelava. Quanto mais ameaçado, mais gritava pelo Filho de Davi. Sabia que Ele ouviria com os ouvidos do coração as súplicas que lhe fazia com fé, com amor.
O grupo dos escarnecedores estava presente... Sempre surgem, como que do nada, com seus conselhos destrutivos. Ajuízam palavras definidas pelo maligno querendo desviar suas vítimas do caminho verdadeiro, da porta estreita que leva ao Criador.
Bartimeu estava ali como integrante de um grupo que agrada a Deus: os persistentes, que por acreditarem ferrenhos, na salvação eterna, unicamente através de Jesus, não abandonam por nada o alvo vislumbrado.
Os escarnecedores diziam para que ele não incomodasse o Mestre. Aquele homem, acostumado às migalhas da vida, tinha a certeza e sensibilidade suficientes para saber que um pedido de socorro de um aflito não irritaria o Filho de Deus.
Vencer escarnecedores não é tão fácil. Os argumentos que apresentam são sempre coerentes, contêm uma verdade distorcida, enganosa, convincente... Só os persistentes são capazes de derrotá-los.
Persistindo, Bartimeu foi colocado frente a frente com Jesus.
Quantos de nós, assim como aquele pedincho, gostaríamos de estar olhando diretamente nos olhos do Senhor? De tê-Lo à nossa frente?
O inimigo nos induz a pensar que não somos dignos, e lança de uma só vez, na voracidade de nossas lembranças, uma cascata de pecados, de erros, muitas vezes terríveis, que procuramos a qualquer custo esquecer.
É verdade que todos nós já cometemos iniquidades e por repetidas vezes ofendemos a Deus. Porém, é mais verdade ainda que, todas as vezes que clamarmos por Jesus, Ele estará diante de nós.
Olhará dentro do nosso coração. Com um sorriso no rosto e o perdão nas mãos, alegrar-se-á diante do arrependimento sincero. E o melhor... Ele jamais espargirá pecados perdoados e velhas ofensas em nosso rosto. Ele passará a nos tratar como persistentes, como vencedores.
Não podemos perder mais tempo... Jesus está passando diante de nós.
Pr. Antonio Jorge

ajorgefs@gmail.com

domingo, 18 de agosto de 2013

Grupo dos escarnecedores


05 Capítulo
Grupo dos escarnecedores

Vs.39a “Os que iam à frente repreendiam-no e mandavam que se calasse”.
Este versículo nos coloca diante de um time de pessoas torpes, roubadoras de sonhos que, qual fermento, contamina insidiosamente o local que frequenta. Constituem o grupo dos escarnecedores.
Aparecem fortuitos, sorrateiros, sempre mantendo nos olhos um sorriso e nos lábios o beijo da traição.
Espreitam, esperam, acompanham, acariciam maldosamente a oportunidade para dardejarem, de suas entranhas malignas, opiniões, quais setas transbordantes de letal veneno. Julgam-se donos da verdade, de uma verdade que é só deles e por eles arquitetada.
Basta alguém, cuja vida se esvaia silente, triste, apodrecendo lentamente, sentado à beira de um caminho, ouvir a Palavra de Deus, levantar e andar na direção de Jesus para que eles se manifestem. Não aceitam mudanças, são conformados e adaptados à lama em que vivem.
Bartimeu não estava contente com aquela vida de mesmice. Reconheceu que precisava mudar, creu que o Messias passava por ali naquele momento, não por acaso, e sim para libertá-lo dos muitos sofrimentos.
Quantas pessoas gritam desesperadas e andam em direção à liberdade! Inúmeras são contidas pelos escarnecedores.
Esse grupo quer obstinadamente impedir que alguém chegue verdadeiramente até o Filho de Deus. Alguns, determinados, conseguem vencê-los, enfrentando-lhes as maldades com a fé que vem pelo ouvir a Palavra de Deus.
Os escarnecedores constituem o grupo que é usado pelo inimigo como linha de frente, como cães farejadores. São os que buscam matar sonhos e ideais ainda no nascedouro. São covardes, atacam traiçoeira e impiedosamente os que estão nascendo para Cristo.
Jesus disse para Nicodemos, um dos judeus mais influentes de sua época, que era preciso nascer de novo para herdar o reino dos céus.
Quando, pelo arrependimento, alguém pede perdão pelos seus pecados e invoca o nome Santo do Filho de Deus, reconhecendo-O como Senhor e salvador de sua vida, nasce de novo...
Os escarnecedores sempre estarão por perto nesse momento. Com certeza acenarão com os prazeres do mundo como se a felicidade neles fizesse morada.
Tentam mostrar, no corpo de uma mulher bonita, que o adultério é coisa de homem viril, macho, sem medidas. O que não mostram, e tentam camuflar, é a mágoa que os filhos traduzem em lágrimas escondidas ao se sentirem desprezados quando o lar é desfeito.
O álcool e o cigarro, rotineiramente endeusados por esse grupo demoníaco, são apresentados como néctares que jamais poderão ser desprezíveis e alardeados em mídias inescrupulosas como símbolos de alegria contagiante, de prosperidade sem limites.
Escondem, entretanto, de maneira inerme, a realidade de um homem lutando desesperado em leito de hospital implorando por um pouco de ar.
Os escarnecedores vivem quais zumbis, também enganados, pois acreditaram na maior mentira do inimigo que é a de que alguns pecadores não têm mais jeito.
Por maior que seja a distância que nos separe de Deus, por piores que tenham sido nossas ofensas, Ele, incessantemente passará diante de nós esperando ouvir nosso grito de socorro. Com certeza Ele vai parar, vai te ouvir e, se te livrares dos escarnecedores, terás a chance de nascer de novo.
Pr. Antonio Jorge
E-mail ajorgefs@gmail.com


domingo, 11 de agosto de 2013

Grupo dos fracos de caráter


04 Capítulo
Grupo dos fracos de caráter

         O verso 38, parte b, “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim”, chama a atenção para um grupo de pessoas que se dilui nas igrejas, repartições públicas, na convivência com amigos e, até mesmo, na família.
         A expressão Filho de Davi, usada por Bartimeu, significava o reconhecimento de que Jesus era o Messias esperado pelos judeus.
Quando o pedinte gritou, de maneira insistente, “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim”, confessava, desse modo, crer que estava diante do Filho de Deus que, não só poderia curá-lo como também restaurar a todo aquele que nele cresse.
É muito provável que conhecesse as escrituras sagradas da época, e que alguém lhe houvesse acenado a respeito dos feitos e atitudes de Jesus.
A verdade é que ele acreditou estar diante do Cristo, Filho de Deus, o Messias. Não quis e não perdeu a oportunidade.
Hoje, dois milênios depois, muitos reconhecem que Deus mandou seu filho para nos resgatar do pecado... Que carregou sobre si nossas dores... Fez-se maldito e morreu em uma cruz... Apenas por amor a nós...
Ao ouvir, nos dias de hoje, a Palavra de Deus, muitos se curvam, acreditam, choram, aceitam Jesus como único e suficiente salvador, mas não se encorajam, como Bartimeu, para enfrentar a multidão.
Criou-se, desse modo, o grupo dos fracos de caráter, dos que se recusam a dividir esse contentamento, essa verdade, com outras pessoas, por medo de encarar a barreira da timidez.
Aceitar Jesus como Senhor e salvador de sua vida não é o que muitos pensam e ridicularizam pelos quatro cantos, irresponsavelmente. Não é sustentar uma Bíblia de capa preta embaixo do braço, negar sorriso, afeto fora da igreja, empinar o nariz e arrazoar que apenas os seus são amados por Deus.
Aceitar Jesus, é simplesmente adotar a maior das verdades, é crer que o Filho de Deus já veio ao mundo, morreu numa cruz para nos salvar e, acima de tudo, ter consciência que Ele é o único e particular caminho que nos conduz ao Pai.
Muitos aceitam esse evento verdadeiro. Creem sinceramente no sacrifício de Jesus, mas infelizmente se deixam abater pelo medo de serem ridicularizados por incrédulos, muitas vezes companheiros de longos anos e que participavam de sua maneira errada de viver antes que deparasse com a verdade da cruz.
Esse grupo passa a servir a um deus só dele, que aceita a individualidade afastada da unidade. Um grupo de egocêntricos é fragmentado, é pulverizado, é um conjunto de mundinhos isolados. A unidade torna um time de milhares singular, comungando do mesmo pensamento, do mesmo alvo, sem medo ou covardia. São uma só pessoa vivendo em Cristo Jesus.
Crendo na Palavra de Deus, aceitando-o como Senhor e salvador, cumpriremos, sem receios ou desconfianças a ordenança de pregar o evangelho a todas as criaturas.
Estamos nesse grupo? Queremos abandoná-lo? Que tal começarmos dentro de casa, mostrando e demonstrando amor real aos nossos filhos, ensinando-lhes quem foi, o que é e o que será Jesus amanhã. É fácil, Ele nunca mudou ou mudará.
Por que deixarmos nossos filhos, amigos ou parentes, serem influenciados por doutrinas apócrifas, criadas pelo homem, se podemos seguir os ensinamentos dados pelo próprio Deus?
O livre arbítrio me permite escolher um alvo, um objetivo... Onde quero chegar?
Pr. Antonio Jorge

ajorgefs@gmail.com

domingo, 4 de agosto de 2013

Os que desprezam oportunidades


03 Capítulo
Os que desprezam oportunidades

         Estamos meditando na Palavra de Deus sobre o texto que está no evangelho de Lucas, onde se descreve como Jesus restaurou a visão de Bartimeu, o cego de Jericó.
         Como já exposto no início deste ensaio literário, a narrativa nos mostra, implicitamente, vários grupos distintos de pessoas, não só as que viveram naquele tempo, mas as que podemos encontrá-las ainda nos dias de hoje, infelizmente, sem muito esforço.
         Os versículos iniciais nos abriram os olhos para indiferentes e curiosos, respectivamente.
         Dando sequência à leitura do escrito sagrado temos:
         “Responderam-lhe: É Jesus de Nazaré que passa”.
         A narrativa é bem clara quando afirma que o cego que estava à beira do caminho pedindo esmolas, levantou-se e perguntou o que era aquilo. Quantas outras pessoas continuaram sentadas, tagarelando, apáticas, enquanto Jesus passava?
         O cego “viu” que a oportunidade de mudar de vida, chegara. Reconheceu que aquele era um momento único e não poderia desperdiçá-lo. Ele soubera anteriormente quem era Jesus. Já ouvira falar de seus milagres. Creu, por isso levantou-se.
         Hoje, muitas vezes alguém nos avisa de que Jesus está bem perto, diante de nossos olhos... E não ousamos vê-Lo. Somos mais cegos que Bartimeu ou destituídos de discernimento espiritual?
         Precisamos estar atentos. Distinguir as oportunidades que o SENHOR nos proporciona. Carecemos senti-Lo, entender que ao experimentarmos a sensação afetuosa do vento no rosto, ou observarmos um pássaro em voo livre nos céus, que estamos diante de nova chance concedida prazerosamente por Ele para resgatarmos o que nos roubaram perversa e insidiosamente, um dia.
         Com as coisas simples da natureza é que esse Deus maravilhoso, ao qual devemos servir, apresenta-se na sua real grandeza.
         Muitos se comprazem nas aleivosias do mundo, locupletam-se com a lama que o pecado oferece desmedidamente. Iludidos pelo inimigo, sorriem o sorriso medíocre daqueles que acenam com a prosperidade que não possuem.
         Enganam-se, além da medida, os que atiram a própria existência na sarjeta dos prazeres ilícitos pensando que desfrutam, sorridentes, as atrações traiçoeiras, insidiosas, do mundo. São como balões de aniversário: bonitos, coloridos, cheios de nada, amarrados uns aos outros decorando sem participar da festa para, finalmente, estourados por mísera bagana de cigarro, acabarem como lixo excretado, varridos para uma suja e grotesca vala comum.
         Deus nos presenteia, constantemente, com as mais diversas oportunidades. Dia após dia, transbordando amor, passa diante de nós.
Na sua imensa desfaçatez, usando a evidência, também bíblica, o inimigo nos oferece seguidamente o fato de que um ladrão ganhou o Paraiso no último momento de sua vida. Procura, a todo custo, nos induzir a perdermos a vida inteira prevaricando, de pecado em pecado, para finalmente chegarmos até o Criador, como um amontoado de destroços.
         Quem nos garante o dia de amanhã? Por que deverei de maneira torpe e indigna ascender a uma cruz, como o malfeitor, que viveu deprimido, infeliz, insano a vida inteira, se posso aproveitar, na primeira chance, a dádiva de caminhar lado a lado, ditoso, com o Deus, que, por amor, me fez à sua imagem e semelhança?
         Também é amplo o grupo dos que dissipam oportunidades. É do tamanho daqueles que, abatidos, jazem sentados sempre à espera de uma próxima vez. Ela existirá?
Pr. Antonio Jorge

ajorgefs@gmail.com