03 Capítulo
Os que desprezam oportunidades
Estamos meditando na Palavra de Deus
sobre o texto que está no evangelho de Lucas, onde se descreve como Jesus
restaurou a visão de Bartimeu, o cego de Jericó.
Como já exposto no início deste ensaio
literário, a narrativa nos mostra, implicitamente, vários grupos distintos de
pessoas, não só as que viveram naquele tempo, mas as que podemos encontrá-las
ainda nos dias de hoje, infelizmente, sem muito esforço.
Os versículos iniciais nos abriram os
olhos para indiferentes e curiosos, respectivamente.
Dando sequência à leitura do escrito
sagrado temos:
“Responderam-lhe: É Jesus de Nazaré que
passa”.
A narrativa é bem clara quando afirma
que o cego que estava à beira do caminho pedindo esmolas, levantou-se e perguntou
o que era aquilo. Quantas outras pessoas continuaram sentadas, tagarelando,
apáticas, enquanto Jesus passava?
O cego “viu” que a oportunidade de
mudar de vida, chegara. Reconheceu que aquele era um momento único e não
poderia desperdiçá-lo. Ele soubera anteriormente quem era Jesus. Já ouvira
falar de seus milagres. Creu, por isso levantou-se.
Hoje, muitas vezes alguém nos avisa de
que Jesus está bem perto, diante de nossos olhos... E não ousamos vê-Lo. Somos
mais cegos que Bartimeu ou destituídos de discernimento espiritual?
Precisamos estar atentos. Distinguir as
oportunidades que o SENHOR nos
proporciona. Carecemos senti-Lo, entender que ao experimentarmos a sensação
afetuosa do vento no rosto, ou observarmos um pássaro em voo livre nos céus,
que estamos diante de nova chance concedida prazerosamente por Ele para
resgatarmos o que nos roubaram perversa e insidiosamente, um dia.
Com as coisas simples da natureza é que
esse Deus maravilhoso, ao qual devemos servir, apresenta-se na sua real
grandeza.
Muitos se comprazem nas aleivosias do
mundo, locupletam-se com a lama que o pecado oferece desmedidamente. Iludidos
pelo inimigo, sorriem o sorriso medíocre daqueles que acenam com a prosperidade
que não possuem.
Enganam-se, além da medida, os que atiram a própria existência na sarjeta dos
prazeres ilícitos pensando que desfrutam, sorridentes, as atrações traiçoeiras,
insidiosas, do mundo. São como balões de aniversário: bonitos, coloridos,
cheios de nada, amarrados uns aos outros decorando sem participar da festa
para, finalmente, estourados por mísera bagana de cigarro, acabarem como lixo
excretado, varridos para uma suja e grotesca vala comum.
Deus nos presenteia, constantemente,
com as mais diversas oportunidades. Dia após dia, transbordando amor, passa
diante de nós.
Na sua imensa desfaçatez, usando a evidência, também
bíblica, o inimigo nos oferece seguidamente o fato de que um ladrão ganhou o
Paraiso no último momento de sua vida. Procura, a todo custo, nos induzir a
perdermos a vida inteira prevaricando, de pecado em pecado, para finalmente
chegarmos até o Criador, como um amontoado de destroços.
Quem nos garante o dia de amanhã? Por
que deverei de maneira torpe e indigna ascender a uma cruz, como o malfeitor,
que viveu deprimido, infeliz, insano a vida inteira, se posso aproveitar, na
primeira chance, a dádiva de caminhar lado a lado, ditoso, com o Deus, que, por
amor, me fez à sua imagem e semelhança?
Também é amplo o grupo dos que dissipam
oportunidades. É do tamanho daqueles que, abatidos, jazem sentados sempre à
espera de uma próxima vez. Ela existirá?
Pr. Antonio Jorge
ajorgefs@gmail.com
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