terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Chegou o Momento


Chegou o momento.

O povo israelita, que há tempos andava pelo deserto, apresentava mais desânimo que cansaço.
Trôpego, quedou-se às margens do Mar Vermelho. A face das muitas mulheres e crianças estampava o mesmo pavor que a dos homens valentes de guerra. A esperança de chegar à Terra Prometida esvaíra-se mesclando-se à areia do deserto.
Apenas o cântico macambúzio da derrota, emitido por corações acovardados, ecoava taciturno em conluio com o bramir das ondas do mar.
Guiados por Moisés fugiam da escravidão humilhante do Egito, país no qual serviram como amimais a um governante supremo, cujo coração endurecido não conhecera a José, filho de Jacó, filho de Isaac, filho de Abraão.
A escapada terminara ali. Diante deles o Mar Vermelho. Atrás, o exército sanguinário do faraó que os perseguia. Nesse momento, entre lamúrias e queixas, antevendo a derrocada final, lembrou-se o povo do Deus de seus pais.
Em uníssono um brado de socorro ao Criador alcançou as nuvens dos céus.
Aqueles homens tentaram deixar o problema da escravidão no passado, mas foram seguidos de perto por ele.
Este fato se assemelha a muitos hoje em dia. Quantos de nós tentamos nos livrar de dificuldades deixando-as para trás, esquecidas, e não conseguimos?
Problemas não resolvidos permanecem... Não se diluem no tempo... Acompanham-nos sempre. São como o exército de faraó em nossos calcanhares.
Quando encurralados, o grito de socorro é iminente. Mas a quem recorrer? A quem reclamar? Inicialmente clamamos por Deus, porém nossas atitudes refletem isso?
Os israelitas, cercados pelo mar e pela hoste do faraó, clamaram pelo SENHOR, mas procuraram Moisés para reclamar e culpá-lo por aquela situação. Disseram: “Não havia túmulos no Egito? Por que nos trouxeste para morrer no deserto?”.
Não extinguiremos um problema jogando a culpa em alguém. Ele continuará existindo mesmo assim. A melhor maneira de resolvê-lo é enfrentando-o. Um dia, muitas vezes quando menos esperamos, chega a hora do confronto.
Nesse dia da batalha, o povo de Deus sentia-se derrotado, sem nenhuma perspectiva de vitória. Entre lágrimas de pavor e covardia declararam a Moisés: “Deixe-nos em paz! Seremos escravos dos egípcios! Antes ser escravos dos egípcios do que morrer no deserto!”.
Hoje pode ser o dia no qual obrigatoriamente teremos que batalhar com esse problema que nos persegue há tempos. Como estamos nos sentindo? Acovardados? Derrotados? Deixamos de ter esperança no Deus que por muitas vezes já nos socorreu? De que tamanho está a nossa fé?
Quando desistimos de uma batalha, seja qual for, pelo resto da vida teremos que nos acomodar à lama do sofrimento que nos cerca. Declaramos a todos, e principalmente a nós mesmos que somos covardes... Que preferimos nos arrastar pela vida que não é nossa, mas que nos foi imposta pelo inimigo.
Na hora da angústia, é preciso olhar para dentro de nós mesmos e buscar o último lampejo da vela que um dia iluminou nossas vidas. Esse chispo, esse derradeiro brilho que nunca nos desampara é Jesus, o SENHOR dos senhores.
Quando tudo está aparentemente perdido, quando nada nos favorece, quando todos já te chamam de inútil, busca no fundo do coração aquela velha manjedoura que foi esquecida ao longo do tempo. Oferece-a para Jesus... Deixa que Ele nasça em teu coração... Esse coração que foi transformado traiçoeiramente em estrebaria haverá de tornar-se alegre e destemido.
Com certeza, nesse dia receberás um cajado, semelhante ao de Moisés, e atravessarás o “mar vermelho” dos teus problemas a pés enxutos.
Pr. Ajorge