sábado, 20 de julho de 2013

Os curiosos


02 Capítulo
Os curiosos

         O verso 36 do nosso texto base diz o seguinte:
Ouvindo a multidão que passava, perguntou o que era”.
         Talvez o grupo dos curiosos seja um dos mais fáceis de identificar. Continuamente seus integrantes estão perguntando por algo ou alguém. O questionamento, que obrigatoriamente devemos fazer, é: por que, e não para que perguntam!?
         Vimos que, na plêiade dos indiferentes, os militantes não querem mudar de atitudes. São egoístas, derrotados, acomodados, não se interessam pelos outros... Estão acostumados à mesmice. Já os curiosos querem saber de tudo quanto os rodeia. Nada passa, por eles, despercebido.
         Estão sempre analisando, observando pessoas, seja no trabalho, na igreja, em casa e são profundos conhecedores das atividades dos vizinhos. São muito bem informados, avaliam tudo.
         O cego de Jericó, quando ouviu o tropel da multidão que passava, perguntou o que era aquilo. Inquiriu porque almejava por alguma coisa ou por alguém que pudesse mudar-lhe o rumo da vida. Era consciente de que necessitava ser ajudado.
Os curiosos perguntam por perguntar. Não aspiram melhoras, não sentem necessidade de mutações. Julgam-se continuamente superiores aos outros e têm sempre opinião formada a respeito dos fatos. As teorias que sustentam, guardam-nas para si próprios, não oferecem auxílio a ninguém.
A crítica é diuturnamente forjada na fornalha do egocentrismo. O conhecimento que amealham através de perguntas, muitas vezes indiscretas e sórdidas, é usado para deboches, achincalhes, quando não para chantagens torpes e amorais.
Jesus também fazia perguntas, também queria saber das coisas. Certa feita indagou aos discípulos: “Quem dizem que sou”? Em outra ocasião, apertado pela multidão, uma mulher tocou na orla de sua roupa. “Quem me tocou”? Investigou imediatamente.
A diferença entre as perguntas feitas pelo Mestre, e as dos curiosos, está na intenção.
Queres saber como está teu vizinho para ajudá-lo ou escarnecê-lo? Desejas tomar conhecimento do que pensam a teu respeito para adotares providências hostis ou saber se podes usufruir algum benefício através deles?
Jesus passa também na frente dos curiosos. Queres saber quem é Ele? Com que finalidade?
Saiba primeiro que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Que desceu do céu, abdicando de sua deidade, tornando-se homem, para morrer por nós, a fim de que pudéssemos herdar a vida eterna na Sua presença.
Queres saber quem é Jesus para amá-Lo? Deixarás, então, certamente, o time dos curiosos, pois conhecerás a Verdade e essa Verdade te libertará. O Mestre disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai senão por mim”.
Reconhecer Jesus de Nazaré é ter a alegria verdadeira, aquela que brota espontânea do coração e explode contagiando multidões...
Quando se admite quem é Jesus verdadeiramente, e nos conscientizamos realmente da verdade, descobriremos também quem e onde está o nosso próximo para ampará-lo, suprir suas necessidades, amá-lo... Venceremos todo e qualquer obstáculo, subjugaremos toda e qualquer tribulação, saberemos que com Ele tudo poderemos, pois seremos fortalecidos pelo seu amor.
Ambicionas saber verdadeiramente quem é Jesus? Busca-O, mata tua curiosidade, Ele te fará feliz.
Pr. Antonio Jorge
ajorgefs@gmail.com


domingo, 14 de julho de 2013

O cego de Jericó


O cego de Jericó
Introdução

         Gosto continuamente de dizer que a Bíblia é o livro mais atual que existe. Afinal de contas foi inspirado por Deus e é a sua própria PALAVRA.
         Sempre, ao relermos um trecho do Livro Sagrado, novas lições são encontradas nas entrelinhas.
         Meditando no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, em Lucas 18:35-43, percebi a existência de vários grupos de pessoas distintas as quais podemos encontrá-las dentro e fora das igrejas.
         O texto sagrado diz o seguinte:
         35 Quando Jesus se aproximava de Jericó, havia um cego sentado à beira do caminho, pedindo esmolas. 36 Ouvindo a multidão que passava, perguntou o que era. 37 Responderam-lhe: “É Jesus de Nazaré que passa”. 38 Ele pôs-se a gritar, dizendo: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim”.39 Os que iam à frente repreendiam-no e mandavam que se calasse. Mas ele gritava cada vez mais forte: “Filho de Davi, tem piedade de mim”. 40 Jesus parou e ordenou que trouxessem o cego até ele. Quando o cego se aproximou, perguntou-lhe: 41 “O que queres que te faça?” Ele respondeu: “Senhor, eu quero ver de novo”. 42 Jesus lhe disse: “Vê! tua fé te curou”. 43 Imediatamente ele começou a ver de novo e o seguia, glorificando a Deus. E o povo todo, que presenciou isso, louvava a Deus.
         Este documento, além de mostrar a onipotência de Deus, restaurando a visão de um cego, nos dá a oportunidade de discernir a existência de grupos diferentes de pessoas. Comprova também, depois de acurada investigação interior, e de nos examinar, despojados de qualquer resquício de parcialidade, a oportunidade de identificar a que grupo pertencemos.
         Uma análise conscienciosa de atitudes que tomamos, revelará nossa real posição diante do CRIADOR. Não podemos esquecer de que Deus procura verdadeiros adoradores, aqueles que o adoram em espírito e em verdade.
         Não estamos, aqui, fazendo um teste de religiosidade. Religião não salva ninguém. O intuito é de ajudar a conhecer a nós mesmos, de melhorar o nosso relacionamento com Deus, de chegarmos o mais perto Dele possível.
         Fatalmente estaremos enquadrados em um time, porém o mais importante disso tudo é que o SENHOR nos deu o livre arbítrio. Fazendo uso dele, posso permanecer como estou, ou mudar, a qualquer momento, se assim o desejar.

01 Capítulo
Os indiferentes

         Para melhor compreensão, analisaremos cada um dos versículos do texto sagrado, (Lc.18:35-43), objetivando com isso a identificação clara, precisa, de grupos distintos de pessoas implicitamente nele evidenciados.
         O verso 35 diz:
“Quando Jesus se aproximava de Jericó, havia um cego sentado à beira do caminho, pedindo esmolas”.
         Podemos imaginar a vida deste homem e chegarmos bem perto da verdade que as tradições de seu tempo impunham:
Levantava cedo, vestia obrigatoriamente a capa que o identificava como mendicante, caminhava tateando pelas ruas ou era levado por alguém até fora da cidade para, sentado, implorar ajuda, talvez exibindo em suas mãos magras uma velha e suja cumbuca de barro onde recolheria míseras moedas.
         É bem provável que, por muitos anos, essa rotina escravizante fizesse parte da vida desse homem.
Inevitavelmente, às vezes, até sem se darem conta, algumas pessoas vivem, hoje, a mesmice de uma rotina que não lhes acrescenta nada. Deixam seus dias esvaírem-se na vala da indiferença.
         Esse versículo apresenta, dessa forma, o grupo dos indiferentes.
Como está o nosso atual dia a dia? Será que levantamos cedo, vestimos sempre o mesmo tipo de roupa, e buscamos o trabalho árduo que nos permite, a duras penas, sustentar mulher e filhos? Ao voltarmos para casa ao final do dia, cansados, não estaremos tão-somente desejando um banho quente, se possível, e dormir imediatamente, após enganar o estômago com uma xícara de café requentado acompanhado de um pedaço de pão mesmo que esquecido no dia anterior?
Há quanto tempo fazemos isso com a desculpa de que temos pessoas que precisam de nós para sobreviver? Será que trabalhar à exaustão para o sustento da mulher e filhos nos permite dizer que temos família de verdade?
Fazendo uma reflexão neste momento, rebuscando na memória apenas a verdade, o que responderíamos a alguém que nos perguntasse: “quando foi a última vez que disseste para tua esposa, de maneira carinhosa e honesta, eu te amo, sinto falta de ti, estás linda... sem pensar em sexo”?
De que forma responderíamos a outros questionamentos como: “quando declaraste, pela última vez, a um filho que o amas muito, que ele é um presente maravilhoso de Deus?” Ou “quando o aconselhaste, passando as mãos em seus ombros, tentando resolver algum de seus problemas, mesmo os menos sacrificiais”? Quanto tempo faz que a família se reuniu para um passeio em conjunto, para pescar, para uma ir a uma praia ou outra qualquer diversão que os fizesse rir juntos?
Será que estamos ficando indiferentes aos que nos cercam e perdendo a noção do que é realmente família? De como tratá-la?
Os indiferentes focam apenas o presente... Perenizam uma situação atual repetindo sistematicamente os mesmos fatos. Não esquadrinham melhorar de vida... Não lutam por novos ideais... Apodrecem lentamente vestindo a capa da mediocridade. Acostumam-se a ela.
Devemos trabalhar, sim, para o sustento da família, porém devemos levar em consideração que não é só o labor que dignifica um lar. Muito mais que isso é exigido.
O cego que estava sentado à beira do caminho, quando Jesus se dirigia a Jericó havia perdido a visão. Não sabemos o motivo, porque tal não nos foi revelado pelo Livro Santo... Mas, de uma coisa, hoje, guardamos indisfarçável certeza: Parados à margem da estrada da vida, sem tomar atitudes, sem lutas por novos ideais, perderemos bem mais que a visão física... A mesmice inexoravelmente nos roubará a dignidade, e até mesmo a família que pensamos ter e proteger.
Os indiferentes espirituais muitas vezes até frequentam regularmente as igrejas. Estão sempre presentes às festas religiosas, ouvem falar de Deus, chegam até a se emocionar, porém não estão dispostos a nenhum sacrifício ou tentativa para uma aproximação maior com o Criador.
As atitudes cotidianas dessas pessoas dependem sempre de alguém, das circunstâncias. Assim como Bartimeu, o cego de Jericó, dependia dos outros e não da vontade do SENHOR.
Inúmeras desculpas sempre acompanham os indiferentes... “Já sou velho para mudar de vida”... “Não tem mais jeito para mim”... “Nasci assim vou morrer assim”... “Ninguém quer me ajudar”... “Acho que Deus não gosta mais de mim”...
A verdade é que este grupo de pessoas se acomodou, deixou-se enganar pelo pai da mentira que veio tão somente para matar, roubar e destruir.
Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Dispomos do livre arbítrio, podemos escolher o que queremos para nós. Quando, nos conscientizarmos de que este, o grupo dos indiferentes, é uma confraria de derrotados haveremos de querer abandoná-lo.
Todavia, basta que tomemos uma atitude conscientemente correta. O estudo responsável da Palavra de Deus nos ensinará a mudar de direção, despontará novo rumo, discernimento vivo e nos abalizará nova visão de vida...
Saberemos que proteger corretamente a família, além do sustento material, devemos ensinar a cada um dos filhos, a orar, a acreditar no SENHOR, e principalmente, confiar Nele.
Nascemos para sermos felizes, ter vida, vida com abundância... Fomos criados com a finalidade de sermos afortunados... de atingirmos a estatura de varão perfeito, e não para ficarmos estagnados à beira de um caminho sórdido, poeirento, dependendo das espórtulas de outrem.
Bartimeu, o cego de Jericó, levantou-se e foi atrás de Jesus. Os indiferentes continuaram miseravelmente a apodrecer sentados à beira do caminho.
Pr. Antonio Jorge

ajorgefs@gmail.com

sábado, 6 de julho de 2013

Arrastar o barco na areia


Capítulo X
Arrastar o barco na areia

Vs. 11- Eles então arrastaram seus barcos para a praia, deixaram tudo e o seguiram.

Este versículo me fez refletir por muito tempo. Sempre que o lia, pensava: “Se eles estavam dispostos a deixar tudo para trás, por que antes arrastaram seus barcos para a praia”? Porque não os abandonaram no lago?
Deixar tudo para trás, hoje em dia, não significa necessariamente abandonar literalmente amigos, emprego, família e tantas outras coisas. Significa deixar no esquecimento, depois de um arrependimento sincero, tudo que fazíamos de errado e que desagradava ao SENHOR.
Quando estamos dispostos a mudar radicalmente de vida, deixando verdadeiramente no passado todas as coisas que nos punham em conflito com a Palavra de Deus, carecemos de muito esforço e oração.
Só a unidade e o amor a Deus nos faz não desistir de continuar caminhando em direção à salvação.
O inimigo é astuto e veio para roubar, matar e destruir. Rouba inicialmente a alegria da comunhão com Cristo, mata nossos ideais, para finalmente, destruir a aliança que firmamos um dia com o Criador.
Não é fácil, realmente, deixar pelas esquinas da vida a lama com que o pecado nos abarrotou outrora. O inimigo é vigilante, sagaz... Se o que te afastava de Cristo era o adultério, ele fatalmente arranjará um modo de colocar no teu caminho alguém atraente e disponível... Ele se sentirá vitorioso e, sorrindo, degustará cada lágrima que teu cônjuge derramar. Terá o maior prazer no sofrimento dos teus filhos.
O oponente do SENHOR invariavelmente te dará a oportunidade de alimentar o ego com taças borbulhantes de orgulho se o que te afastava de Deus era a vaidade...
O satanás estará sempre disposto a te enganar. Aparecerá como anjo de luz se necessário for e não vacilará em usar alguém que, com falsas profecias, te levará ao desespero.
Não é fácil seguir Jesus. Mas é prazeroso. Quando consentimos que Ele cresça em nós, ao ponto de desaparecermos, será fácil andar em sua companhia. Ele lutará nossas lutas... nas tribulações seremos mais que vencedores... teremos a certeza de que “tudo podemos naquele que nos fortalece”.
Acabei alcançando o porquê de arrastar o barco para a areia. Na água, é fácil de manobrar uma embarcação. Difícil é puxá-la sobre a areia assim como é tarefa árdua mudar completamente o rumo de nossas vidas.
Com os barcos na água seria muito cômodo voltar para navegá-los. Eles estariam ali sempre à nossa espera...
Devemos quebrar, através do arrependimento honesto, todos os vínculos com as coisas que nos afastavam de Deus. Devemos romper todas as barreiras usando a força do amor em Cristo.
Os barcos com os quais navegamos no oceano das perdições e aportando nas ilhas dos prazeres ilícitos, devem ser colocados em areias tão distantes que jamais possamos voltar para navegá-los outra vez.
Onde está o barco no qual navegávamos antes de termos um encontro pessoal com Jesus?
Pr. Antonio Jorge
                                                                                                                                 ajorgefs@gmail.com