sábado, 29 de junho de 2013

Encontro pessoal com Jesus


Capítulo IX
Encontro pessoal com Jesus

Vs. 09 Pois ele e todos os seus companheiros estavam perplexos com a pesca que haviam feito, Vs. 010 como também Tiago e João, os filhos de Zebedeu, sócios de Simão. Jesus disse a Simão: “Não tenha medo, de agora em diante você será pescador de homens”.


Pedro estava ali, parado, perante Jesus. Diante de seus olhos ainda faiscavam as escamas dos muitos peixes que insistiam, debalde, em se livrar das redes. A admiração era compartilhada pelos inúmeros presentes.
Acredito que, nesse momento, a multidão havia se calado e não sabia o que fazer nem dizer...
Tiago e João, filhos de Zebedeu, perceberam o que se passara naquela praia. Eles conheciam muito bem o temperamento, por vezes agressivo, do pescador Pedro. Houvera uma mudança radical. Nunca imaginaram ver aquele homem de joelhos diante de outro homem, em lágrimas e submisso.
A mutação se deu após o encontro com o Mestre. Disso tinham certeza, pois também sentiram no peito transformação de seu modo de ver o mundo.
Tiago e João também eram pescadores profissionais. Eram sócios de Pedro, viviam juntos... Compartilhavam bons e maus momentos. Haviam sentido, unidos, o gosto amargo do fracasso de pescar uma noite inteira malhando apenas lixo em suas redes.
Tomaram consciência de que Pedro, e eles também, haviam se modificado radicalmente depois de receberem e assimilarem os ensinamentos do Mestre.
Aqueles homens viveram uma experiência inusitada com Cristo.
Sentiram na pele que, quando estavam usando apenas as suas próprias forças, guiados por meios naturais, foram derrotados. Quando obedeceram ao Mestre, pescando em águas mais profundas, experimentaram a alegria da vitória. Receberam muito mais do que haviam imaginado pedir.
Aprenderam que a obediência a Deus é a chave para triunfos indescritíveis. É o caminho aberto para maiores e grandiosas conquistas.
Quando Jesus disse a Simão: “Não tenha medo, de agora em diante você será pescador de homens”, sentiram-se incluídos.
Essa voz encontrou eco em seus corações. Sabiam que havia algo muito mais importante a fazer na vida do que pescar. Conceberam, assim como Simão, a vontade sem medidas de também levar a Palavra de Deus aos seus semelhantes.
Os peixes foram divididos. A Palavra de Deus foi semeada.
Jesus, hoje, está dizendo a cada um de nós: doravante serás pescador de homens.
Algumas pessoas dirão: “não sei falar em público, ou ainda, terei que ser Pastor para pregar a Palavra de Deus”?
Outros motivos ainda serão suscitados, mas na verdade, o que Jesus nos pede é para pregarmos o evangelho com o exemplo de nossa própria vida.
Não preciso me deslocar até uma esquina de rua, munido de uma caixa de som para falar de Jesus. O grito de um bom exemplo sempre soará mais alto. Posso fazer isso?
Pr. Antonio Jorge
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sábado, 22 de junho de 2013

Reconhecimento


Capítulo VIII
Reconhecimento


Vs. 08 Quando Simão Pedro viu isso, prostrou-se aos pés de Jesus e disse: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador!”.


Com muito esforço as redes foram arrastadas até a praia. Diante dos olhos da multidão, que insistia em acompanhar Jesus, os peixes às centenas, debatiam-se na areia. Muitos viam ali apenas a oportunidade de matar a fome, mas Simão Pedro deleitava-se com a certeza de que estava diante do Filho de Deus.
O pescador olhou para dentro de sim mesmo. Buscou algo que justificasse merecer aquele raro momento que vivia. Relembrou cada ofensa, cada deslize cometido ao longo de sua vida não tão exemplar.
Acredito que por um segundo olhava para os peixes, e no outro, extasiado, mantinha os olhos no Mestre. Creio também que foram várias as tentativas que fez antes de se prostrar de joelhos aos pés de Jesus.
Num balbuciar quase inaudível, de cabeça baixa, argumentou:
– Senhor... Creio que és o Messias... Tenho certeza disso... Sei também, que como Filho de Deus, conheces as minhas transgressões... Foram muitas... Sou pecador...
O texto sagrado não refere, mas posso inferir que Jesus continuou ali de pé, escutando em silêncio, aquela confissão de arrependimento. As lágrimas de Pedro não caiam simplesmente na areia da praia... consolidavam o perdão que o Mestre lhe queria dar.
Quando penso nos dias de hoje, entrego-me à reflexão: Quantos de nós temos coragem de confessar para o SENHOR as coisas erradas que fizemos, mesmo estando sós? Quando enumero deslizes, acaso faço isso em voz baixa, envergonhado, com medo de que possa ser ouvido por alguém?
Não importa o timbre da voz, se em altos brados ou apenas num sussurro... O que vale é a sinceridade com a qual pedimos perdão ao Criador de todas as coisas.
Simão Pedro, diante de Jesus, reconheceu que era um homem pecador.
Os que presenciaram a cena viram um pescador cheio de defeitos, pecador, irrecuperável, que não merecia ter apanhado tantos peixes. Jesus, no entanto, via diante de si um homem arrependido, um homem renascido pelo Espírito Santo de Deus.
Foi com os olhos baixos, talvez olhando nos pés do Mestre que Pedro suplicou depois de reconhecer-se pecador:
– Afasta-te de mim SENHOR...
Pedro sabia que não poderia seguir Jesus se continuasse pecando. Só não compreendia ainda que, ao debruçar-se contrito aos pés do Mestre, pedindo perdão, tinha decretado a morte do velho homem e se transformado em uma nova criatura.
Pedro entendeu que as trevas não podem conviver com a luz. A graça e o pecado nunca poderão morar, ao mesmo tempo, na mesma casa. No templo do Espírito Santo, que somos nós, não é possível conviver com dois senhores. A quem abrigaremos no coração?
Os que esperavam que Jesus mandasse Pedro embora após confessar-se pecador aprenderam que o Filho de Deus é misericordioso. É muito provável que com as próprias mãos tenha ajudado Simão Pedro a se levantar.
O que nos falta para confessarmos nossos pecados a Jesus? O inimigo vai tentar impedir isso a qualquer custo. Ele não suporta ver o Mestre estendendo as mãos às pessoas livrando-as das cadeias que entristecem, sufocam e matam.
É preciso que desviemos os olhos dos peixes que nos atraem. Precisamos repousá-los naquele que nos abençoa com eles.
Pr. Antonio Jorge

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sábado, 15 de junho de 2013

Contraste


Capítulo VII
Contraste

Vs. 07        Então fizeram sinais a seus companheiros no outro barco, para que viessem ajudá-los; e eles vieram e encheram ambos os barcos, a ponto de começarem a afundar.

Simão, diante de tantos peixes que fervilhavam nas redes, ficou atônito. O sorriso de júbilo, agora lhe emoldurando o rosto, substituía a caraça de apreensão da noite anterior.
No coração, aquela sensação de alegria crescente, inexplicável, que sentira depois de ouvir as palavras do Mestre, explodiu na certeza de que estava diante do Filho de Deus.
O balançar do barco, a onda insistente que o ameaçava, a força exercida pelos peixes sobre as redes ameaçando rompê-las, fez com que Simão, por um momento, desviasse o olhar da bênção alcançada e pedisse ajuda..
Havia outro barco no mar... tripulado por pescadores que também ouviram os ensinamentos de Jesus, mas que não atenderam ao conselho de pescar em águas mais profundas... Estavam com as redes vazias...
Simão os chamou, acredito, não por medo de perder os peixes, mas por ter assimilado no coração o resumo da lei proferida por Jesus: “Ama a DEUS sobre todas as coisas e ao próximo com a ti mesmo”.
Alguns de nós só nos aproximamos de Jesus quando somos chamados por outros que já receberam graças. Outros precisam ver os milagres de Deus para acreditar. O mais triste é que tantas pessoas só se abeiram para usufruir dos benefícios e não por amar quem os libera.
O que vemos claramente é que, mesmo aqueles pescadores que se acercaram depois para amparar Simão, usufruíram da pesca milagrosa. Deus ama a todos indistintamente. Ele não se alegra no castigar, mas no perdoar.
Simão, aquele que posteriormente seria chamado de Pedro por Jesus, aprendera a desviar os olhos de um ponto fixo e examinar à sua volta.
Antes da pesca, chamado pelo Mestre, desviou o olhar do lixo das redes que lavava e O ouviu. Agora, pelo mover de sua própria alma, desviou os olhos dos peixes e olhou na direção de seu próximo. A mudança estava consolidada.
Jesus continuava ali parado talvez com os pés sendo beijados pelas ondas, olhando para o mar, atento aos barcos que, agora juntos, voltavam para a segurança da areia da praia.
O cansaço dos pescadores agora era diferente. Lavar o lixo das redes, com certeza, cansa muito mais do que repartir peixes. Do que precisamos livrar as entranhas de nossas vidas?
Jesus continua na praia esperando nosso barco voltar.

Pr. Antonio Jorge

sábado, 8 de junho de 2013

Recebendo bênçãos


Capítulo VI
Recebendo Bênçãos

Vs. 06                  Quando o fizeram, pegaram tal quantidade de peixes que as redes começaram a rasgar-se.

Simão estava cansado, entristecido pelo fracasso da pescaria da noite anterior. No peito, entretanto, sentia o ardor alegre das Palavras de Jesus. Estava ali, naquele momento, um homem prestes a ser dominado pelo desgaste físico, porém de espírito renovado.
Não perdera a intempestividade que lhe era peculiar, mas aprendera que não deveria jamais curvar-se à máscara falaz das circunstâncias. Aprendera a lutar em busca da razão.
É bem provável que, ao pescar durante a noite, houvesse elevado os olhos em direção aos céus pedindo a captura de algum peixe. Ele, que cria em Deus, precisava sustentar a família.
A verdade é que pela manhã sentiu-se derrotado. Encostou o barco na praia. Passou a lavar as redes aceitando no coração a ilusão de que Deus não havia escutado sua súplica.
Quantas vezes, hoje em dia, nos sentimos vencidos, choramos aflitos, por pensarmos que Deus não nos ouviu alguma oração? Será que, como Simão, já não atravessamos longas noites, tentando, com as redes do desespero, encontrar a porta de saída para nossos problemas?
Não sei se Simão desviou os olhos do lixo das redes que lavava para fitar Jesus que se aproximava. Onde temos fixado nosso olhar? Estamos tão absortos quanto Simão que não conseguimos ver o amigo que se aproxima?
Quando entrou no barco, Simão deixou de agir por conta própria e passou a seguir o conselho do Mestre. Abriu mão da experiência pessoal e partiu para águas mais profundas.
Quando se viu no centro da vontade de Deus lançou as redes. Os olhos brilharam, o coração bateu mais forte. Ele, que só queria um punhado de peixes, estava diante de tantos que não podia segurá-los. Precisou de ajuda.
Da mesma forma, quando estamos no centro da vontade do SENHOR, inevitavelmente receberemos muito mais do que pedimos.
Precisamos desviar os olhos das coisas que nos impedem de ver Jesus chegando. Ele quer nos lapidar, limpar o diamante bruto que todos somos para mostrar o brilho esfuziante da Sua imagem e semelhança. Quer transformar o choro em alegria... Enxugar nossas lágrimas.
Cristo já nos deu, na cruz do calvário, a maior das bênçãos que alguém pode receber... Morreu por nós. Essa dádiva é tão grande que somos obrigados a dividi-la com outros.
Precisamos servir a Deus em águas profundas, amar ao próximo com amor verdadeiro. Caso contrário, seria ilusório pescar; todos os peixes amealhados voltariam para as profundezas do mar.
                                                                                                                            Pr. Antonio Jorge

domingo, 2 de junho de 2013

Contestar e Obedecer


Capítulo V

Vs. 05  Simão respondeu: “Mestre, esforçamo-nos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, porque és tu quem está dizendo isto, vou lançar as redes”.

Com os olhos da fé podemos observar Simão aproximando-se de Jesus quando este deixou seu barco na praia.
Já não era o mesmo homem que acabara de lavar as redes. Podia-se notar um breve sorriso naquele rosto continuamente castigado pelo sol e não mais o desgosto por uma pesca fracassada.
Ouvira atentamente as palavras proferidas da embarcação e, olhando nos olhos do Mestre, o conselho para lançar as redes em lugares mais profundos. É muito provável que tenha guardado silêncio por algum tempo antes de retrucar.
Podemos inferir que Simão, tomando coragem, tenha contestado:
– Senhor... Sou pescador profissional, vivo da pesca e com ela sustento minha família... Hoje os peixes não estão neste lago embora a maré esteja propícia... Estamos cansados... Passamos a noite inteira trabalhando... Conseguimos apenas lixo nas redes...
Esse diálogo pode não ter sido exatamente assim, porém, hoje em dia, muitos de nós contestamos Jesus, cada um a seu modo.
Quantas vezes reclamamos de que nossas tribulações estão pesadas demais? Que o socorro dos céus está demorando? Quantos de nós já reclamamos que temos fé, e que “não merecemos” algum fato desairoso que nos aconteceu?
É bem capaz que, em algum momento, tenhamos reclamado dizendo que fazemos tudo certo, mas que mesmo assim, continuamos lado a lado com os velhos problemas.
O pescador reclamou, mas reconheceu seu fracasso. “Não pegamos nada”.
Existia uma grande diferença entre o Simão que pescara na noite anterior e o que agora falava com Jesus. Antes, ele não conhecia o SENHOR. Não pescou nada porque confiou em si mesmo. Estava vazio por dentro... Temos força moral e humildade suficientes para perfilhar nossos fracassos?
Quantas derrotas amargamos por pensar que dispomos de capacidade para resolver, sem ajuda, todo e qualquer problema? Quantas lágrimas secaram em nosso peito quando a decepção, em tom de deboche, gargalhou esfuziante, mostrando nossa incapacidade diante de algo que julgávamos fácil de resolver?
Às vezes, fazer as coisas que nos parecem certas não bastam para nos conduzir à vitória... Sentimo-nos incompletos O algo que falta, está em Jesus. Em obedecê-Lo.
Depois de contestar, Simão refletiu. Deve ter relembrado as palavras ditas por Jesus, aquelas que o vento se incumbira de agasalhá-las em seu coração. Convicto de que ouvira apenas verdades, amansou o tom de voz, dobrou os joelhos e, de cabeça baixa, continuou:
– SENHOR... Acredito em tuas palavras. Creio em ti, nos teus ensinamentos... Estou disposto a obedecer.
Não sei se fez alguma pausa enquanto falava, mas imagino que continuou assim:
– Se fosse outra pessoa que me mandasse pescar depois do malogro desta noite, certamente que não lhe daria ouvidos... Mas tu és diferente, sinto verdade e amor em tuas palavras... Vou obedecer.
Pedro, mesmo cansado, talvez ajudado por Tiago e João que estavam com ele, recolocaram as redes no barco, puseram-se ao mar e buscaram águas mais profundas.
Obedecer significa tomar atitude independente das circunstâncias. Eles se lançaram ao mar. Olvidaram o cansaço... Esqueceram o fracasso... Obedeceram.

Pr. Antonio Jorge