Capítulo VIII
Reconhecimento
Vs. 08 Quando
Simão Pedro viu isso, prostrou-se aos pés de Jesus e disse: “Afasta-te de mim,
Senhor, porque sou um homem pecador!”.
Com muito esforço as redes foram arrastadas
até a praia. Diante dos olhos da multidão, que insistia em acompanhar Jesus, os
peixes às centenas, debatiam-se na areia. Muitos viam ali apenas a oportunidade
de matar a fome, mas Simão Pedro deleitava-se com a certeza de que estava
diante do Filho de Deus.
O pescador olhou para dentro de sim mesmo. Buscou
algo que justificasse merecer aquele raro momento que vivia. Relembrou cada
ofensa, cada deslize cometido ao longo de sua vida não tão exemplar.
Acredito que por um segundo olhava para os
peixes, e no outro, extasiado, mantinha os olhos no Mestre. Creio também que
foram várias as tentativas que fez antes de se prostrar de joelhos aos pés de
Jesus.
Num balbuciar quase inaudível, de cabeça
baixa, argumentou:
– Senhor... Creio que és o Messias... Tenho
certeza disso... Sei também, que como Filho de Deus, conheces as minhas
transgressões... Foram muitas... Sou pecador...
O texto sagrado não refere, mas posso inferir
que Jesus continuou ali de pé, escutando em silêncio, aquela confissão de
arrependimento. As lágrimas de Pedro não caiam simplesmente na areia da
praia... consolidavam o perdão que o Mestre lhe queria dar.
Quando penso nos dias de hoje, entrego-me à
reflexão: Quantos de nós temos coragem de confessar para o SENHOR as coisas
erradas que fizemos, mesmo estando sós? Quando enumero deslizes, acaso faço
isso em voz baixa, envergonhado, com medo de que possa ser ouvido por alguém?
Não importa o timbre da voz, se em altos
brados ou apenas num sussurro... O que vale é a sinceridade com a qual pedimos
perdão ao Criador de todas as coisas.
Simão Pedro, diante de Jesus, reconheceu que
era um homem pecador.
Os que presenciaram a cena viram um pescador
cheio de defeitos, pecador, irrecuperável, que não merecia ter apanhado tantos
peixes. Jesus, no entanto, via diante de si um homem arrependido, um homem
renascido pelo Espírito Santo de Deus.
Foi com os olhos baixos, talvez olhando nos
pés do Mestre que Pedro suplicou depois de reconhecer-se pecador:
– Afasta-te de mim SENHOR...
Pedro sabia que não poderia seguir Jesus se
continuasse pecando. Só não compreendia ainda que, ao debruçar-se contrito aos
pés do Mestre, pedindo perdão, tinha decretado a morte do velho homem e se
transformado em uma nova criatura.
Pedro entendeu que as trevas não podem
conviver com a luz. A graça e o pecado nunca poderão morar, ao mesmo tempo, na
mesma casa. No templo do Espírito Santo, que somos nós, não é possível conviver
com dois senhores. A quem abrigaremos no coração?
Os que esperavam que Jesus mandasse Pedro
embora após confessar-se pecador aprenderam que o Filho de Deus é misericordioso.
É muito provável que com as próprias mãos tenha ajudado Simão Pedro a se
levantar.
O que nos falta para confessarmos nossos
pecados a Jesus? O inimigo vai tentar impedir isso a qualquer custo. Ele não
suporta ver o Mestre estendendo as mãos às pessoas livrando-as das cadeias que
entristecem, sufocam e matam.
É preciso que desviemos os olhos dos peixes
que nos atraem. Precisamos repousá-los naquele que nos abençoa com eles.
Pr.
Antonio Jorge
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