sábado, 22 de junho de 2013

Reconhecimento


Capítulo VIII
Reconhecimento


Vs. 08 Quando Simão Pedro viu isso, prostrou-se aos pés de Jesus e disse: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador!”.


Com muito esforço as redes foram arrastadas até a praia. Diante dos olhos da multidão, que insistia em acompanhar Jesus, os peixes às centenas, debatiam-se na areia. Muitos viam ali apenas a oportunidade de matar a fome, mas Simão Pedro deleitava-se com a certeza de que estava diante do Filho de Deus.
O pescador olhou para dentro de sim mesmo. Buscou algo que justificasse merecer aquele raro momento que vivia. Relembrou cada ofensa, cada deslize cometido ao longo de sua vida não tão exemplar.
Acredito que por um segundo olhava para os peixes, e no outro, extasiado, mantinha os olhos no Mestre. Creio também que foram várias as tentativas que fez antes de se prostrar de joelhos aos pés de Jesus.
Num balbuciar quase inaudível, de cabeça baixa, argumentou:
– Senhor... Creio que és o Messias... Tenho certeza disso... Sei também, que como Filho de Deus, conheces as minhas transgressões... Foram muitas... Sou pecador...
O texto sagrado não refere, mas posso inferir que Jesus continuou ali de pé, escutando em silêncio, aquela confissão de arrependimento. As lágrimas de Pedro não caiam simplesmente na areia da praia... consolidavam o perdão que o Mestre lhe queria dar.
Quando penso nos dias de hoje, entrego-me à reflexão: Quantos de nós temos coragem de confessar para o SENHOR as coisas erradas que fizemos, mesmo estando sós? Quando enumero deslizes, acaso faço isso em voz baixa, envergonhado, com medo de que possa ser ouvido por alguém?
Não importa o timbre da voz, se em altos brados ou apenas num sussurro... O que vale é a sinceridade com a qual pedimos perdão ao Criador de todas as coisas.
Simão Pedro, diante de Jesus, reconheceu que era um homem pecador.
Os que presenciaram a cena viram um pescador cheio de defeitos, pecador, irrecuperável, que não merecia ter apanhado tantos peixes. Jesus, no entanto, via diante de si um homem arrependido, um homem renascido pelo Espírito Santo de Deus.
Foi com os olhos baixos, talvez olhando nos pés do Mestre que Pedro suplicou depois de reconhecer-se pecador:
– Afasta-te de mim SENHOR...
Pedro sabia que não poderia seguir Jesus se continuasse pecando. Só não compreendia ainda que, ao debruçar-se contrito aos pés do Mestre, pedindo perdão, tinha decretado a morte do velho homem e se transformado em uma nova criatura.
Pedro entendeu que as trevas não podem conviver com a luz. A graça e o pecado nunca poderão morar, ao mesmo tempo, na mesma casa. No templo do Espírito Santo, que somos nós, não é possível conviver com dois senhores. A quem abrigaremos no coração?
Os que esperavam que Jesus mandasse Pedro embora após confessar-se pecador aprenderam que o Filho de Deus é misericordioso. É muito provável que com as próprias mãos tenha ajudado Simão Pedro a se levantar.
O que nos falta para confessarmos nossos pecados a Jesus? O inimigo vai tentar impedir isso a qualquer custo. Ele não suporta ver o Mestre estendendo as mãos às pessoas livrando-as das cadeias que entristecem, sufocam e matam.
É preciso que desviemos os olhos dos peixes que nos atraem. Precisamos repousá-los naquele que nos abençoa com eles.
Pr. Antonio Jorge

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