sábado, 8 de junho de 2013

Recebendo bênçãos


Capítulo VI
Recebendo Bênçãos

Vs. 06                  Quando o fizeram, pegaram tal quantidade de peixes que as redes começaram a rasgar-se.

Simão estava cansado, entristecido pelo fracasso da pescaria da noite anterior. No peito, entretanto, sentia o ardor alegre das Palavras de Jesus. Estava ali, naquele momento, um homem prestes a ser dominado pelo desgaste físico, porém de espírito renovado.
Não perdera a intempestividade que lhe era peculiar, mas aprendera que não deveria jamais curvar-se à máscara falaz das circunstâncias. Aprendera a lutar em busca da razão.
É bem provável que, ao pescar durante a noite, houvesse elevado os olhos em direção aos céus pedindo a captura de algum peixe. Ele, que cria em Deus, precisava sustentar a família.
A verdade é que pela manhã sentiu-se derrotado. Encostou o barco na praia. Passou a lavar as redes aceitando no coração a ilusão de que Deus não havia escutado sua súplica.
Quantas vezes, hoje em dia, nos sentimos vencidos, choramos aflitos, por pensarmos que Deus não nos ouviu alguma oração? Será que, como Simão, já não atravessamos longas noites, tentando, com as redes do desespero, encontrar a porta de saída para nossos problemas?
Não sei se Simão desviou os olhos do lixo das redes que lavava para fitar Jesus que se aproximava. Onde temos fixado nosso olhar? Estamos tão absortos quanto Simão que não conseguimos ver o amigo que se aproxima?
Quando entrou no barco, Simão deixou de agir por conta própria e passou a seguir o conselho do Mestre. Abriu mão da experiência pessoal e partiu para águas mais profundas.
Quando se viu no centro da vontade de Deus lançou as redes. Os olhos brilharam, o coração bateu mais forte. Ele, que só queria um punhado de peixes, estava diante de tantos que não podia segurá-los. Precisou de ajuda.
Da mesma forma, quando estamos no centro da vontade do SENHOR, inevitavelmente receberemos muito mais do que pedimos.
Precisamos desviar os olhos das coisas que nos impedem de ver Jesus chegando. Ele quer nos lapidar, limpar o diamante bruto que todos somos para mostrar o brilho esfuziante da Sua imagem e semelhança. Quer transformar o choro em alegria... Enxugar nossas lágrimas.
Cristo já nos deu, na cruz do calvário, a maior das bênçãos que alguém pode receber... Morreu por nós. Essa dádiva é tão grande que somos obrigados a dividi-la com outros.
Precisamos servir a Deus em águas profundas, amar ao próximo com amor verdadeiro. Caso contrário, seria ilusório pescar; todos os peixes amealhados voltariam para as profundezas do mar.
                                                                                                                            Pr. Antonio Jorge

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