sábado, 15 de junho de 2013

Contraste


Capítulo VII
Contraste

Vs. 07        Então fizeram sinais a seus companheiros no outro barco, para que viessem ajudá-los; e eles vieram e encheram ambos os barcos, a ponto de começarem a afundar.

Simão, diante de tantos peixes que fervilhavam nas redes, ficou atônito. O sorriso de júbilo, agora lhe emoldurando o rosto, substituía a caraça de apreensão da noite anterior.
No coração, aquela sensação de alegria crescente, inexplicável, que sentira depois de ouvir as palavras do Mestre, explodiu na certeza de que estava diante do Filho de Deus.
O balançar do barco, a onda insistente que o ameaçava, a força exercida pelos peixes sobre as redes ameaçando rompê-las, fez com que Simão, por um momento, desviasse o olhar da bênção alcançada e pedisse ajuda..
Havia outro barco no mar... tripulado por pescadores que também ouviram os ensinamentos de Jesus, mas que não atenderam ao conselho de pescar em águas mais profundas... Estavam com as redes vazias...
Simão os chamou, acredito, não por medo de perder os peixes, mas por ter assimilado no coração o resumo da lei proferida por Jesus: “Ama a DEUS sobre todas as coisas e ao próximo com a ti mesmo”.
Alguns de nós só nos aproximamos de Jesus quando somos chamados por outros que já receberam graças. Outros precisam ver os milagres de Deus para acreditar. O mais triste é que tantas pessoas só se abeiram para usufruir dos benefícios e não por amar quem os libera.
O que vemos claramente é que, mesmo aqueles pescadores que se acercaram depois para amparar Simão, usufruíram da pesca milagrosa. Deus ama a todos indistintamente. Ele não se alegra no castigar, mas no perdoar.
Simão, aquele que posteriormente seria chamado de Pedro por Jesus, aprendera a desviar os olhos de um ponto fixo e examinar à sua volta.
Antes da pesca, chamado pelo Mestre, desviou o olhar do lixo das redes que lavava e O ouviu. Agora, pelo mover de sua própria alma, desviou os olhos dos peixes e olhou na direção de seu próximo. A mudança estava consolidada.
Jesus continuava ali parado talvez com os pés sendo beijados pelas ondas, olhando para o mar, atento aos barcos que, agora juntos, voltavam para a segurança da areia da praia.
O cansaço dos pescadores agora era diferente. Lavar o lixo das redes, com certeza, cansa muito mais do que repartir peixes. Do que precisamos livrar as entranhas de nossas vidas?
Jesus continua na praia esperando nosso barco voltar.

Pr. Antonio Jorge

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