Capítulo VII
Contraste
Vs. 07 Então fizeram sinais a seus companheiros
no outro barco, para que viessem ajudá-los; e eles vieram e encheram ambos os
barcos, a ponto de começarem a afundar.
Simão,
diante de tantos peixes que fervilhavam nas redes, ficou atônito. O sorriso de
júbilo, agora lhe emoldurando o rosto, substituía a caraça de apreensão da
noite anterior.
No
coração, aquela sensação de alegria crescente, inexplicável, que sentira depois
de ouvir as palavras do Mestre, explodiu na certeza de que estava diante do
Filho de Deus.
O
balançar do barco, a onda insistente que o ameaçava, a força exercida pelos
peixes sobre as redes ameaçando rompê-las, fez com que Simão, por um momento,
desviasse o olhar da bênção alcançada e pedisse ajuda..
Havia
outro barco no mar... tripulado por pescadores que também ouviram os
ensinamentos de Jesus, mas que não atenderam ao conselho de pescar em águas
mais profundas... Estavam com as redes vazias...
Simão
os chamou, acredito, não por medo de perder os peixes, mas por ter assimilado
no coração o resumo da lei proferida por Jesus: “Ama a DEUS sobre todas as
coisas e ao próximo com a ti mesmo”.
Alguns
de nós só nos aproximamos de Jesus quando somos chamados por outros que já
receberam graças. Outros precisam ver os milagres de Deus para acreditar. O
mais triste é que tantas pessoas só se abeiram para usufruir dos benefícios e
não por amar quem os libera.
O
que vemos claramente é que, mesmo aqueles pescadores que se acercaram depois
para amparar Simão, usufruíram da pesca milagrosa. Deus ama a todos
indistintamente. Ele não se alegra no castigar, mas no perdoar.
Simão,
aquele que posteriormente seria chamado de Pedro por Jesus, aprendera a desviar
os olhos de um ponto fixo e examinar à sua volta.
Antes
da pesca, chamado pelo Mestre, desviou o olhar do lixo das redes que lavava e O
ouviu. Agora, pelo mover de sua própria alma, desviou os olhos dos peixes e
olhou na direção de seu próximo. A mudança estava consolidada.
Jesus
continuava ali parado talvez com os pés sendo beijados pelas ondas, olhando
para o mar, atento aos barcos que, agora juntos, voltavam para a segurança da
areia da praia.
O
cansaço dos pescadores agora era diferente. Lavar o lixo das redes, com
certeza, cansa muito mais do que repartir peixes. Do que precisamos livrar as
entranhas de nossas vidas?
Jesus
continua na praia esperando nosso barco voltar.
Pr.
Antonio Jorge
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