Capítulo II
Vs. 02:Viu à beira do lago dois barcos, deixados ali pelos
pescadores, que estavam lavando as suas redes.
Vez
por outra, enquanto caminhava, alguma onda mais atrevida beijava-lhe os pés em
adoração. A natureza sempre o reconheceu como soberano, Senhor e criador...
Diferente de muitos homens...
Com
os olhos fixos em algo mais distante, sem se importar com os empurrões que
sofria, continuava em frente em direção aos barcos já não tão distantes.
Jesus
queria ensinar a Palavra de Deus, discorrer sobre o Reino de seu pai. Ele
almejava alcançar a todos, por isso não se deteve ali mesmo para falar.
Quando
parou perto dos barcos viu, na expressão dos pescadores que limpavam as redes,
o desânimo, a frustração. Aqueles homens haviam pescado a noite inteira sem
sucesso. Conseguiram apenas um punhado de lixo entre as malhas que deveriam
abocar os peixes.
É
fácil pintar esse quadro real. Alguns homens decepcionados, recurvados sobre
uma longa rede desgastada pelo tempo, procurando desvendar o motivo do
fracasso. No lugar de peixes, escórias que o mar carrega involuntariamente e as
vomita na praia.
Afinal,
eram profissionais, viviam da pesca, usaram toda a sua capacidade e
experiência. O que lhes faltou?
Muitas
vezes, para entendermos o quadro real de nossas vidas precisamos olhar do outro
lado da tela. Nem tudo está explícito quando olhamos o lado bonito e
superficial das coisas.
Quando
Jesus insistiu em caminhar até os pescadores é porque não despreza ninguém.
Todos são importantes para Ele. Não importa se somos pescadores, doutores,
brancos, negros, ricos ou pobres... Todos temos o mesmo valor, pois fomos
criados por Ele à Sua imagem e semelhança. Como se não bastasse, nos resgatou
do pecado com seu próprio sangue.
Os
pescadores confiaram em si mesmos, usaram seus próprios meios e técnicas... Não
deu certo... Quantas vezes procuramos resolver nossos problemas tentando usar o
máximo de nossa capacidade física ou intelectual e não conseguimos? Quantas
vezes nos sentimos derrotados diante de um problema o qual tentamos resolver do
nosso próprio modo? Quantas derrotas já amargamos por isso?
Eventualmente
paramos para pensar debruçados na certeza de que nos faltou algo. Quantas vezes
ainda insistiremos em agir sozinhos, para lamentarmos e colecionarmos mais uma
derrota por vezes maior que as anteriores?
Olhando
do outro lado do espelho da vida não encontraremos as respostas e o caminho
para a vitória?
Esses
pescadores estavam agora próximos de Jesus, mas ainda não haviam recebido seus
ensinamentos.
Quão
longe estamos de Jesus? Se olharmos em volta de nós mesmos e desviarmos os
olhos do lixo que arrebanhamos nas redes de nossas vidas, certamente O veremos
por perto querendo nos ensinar algo. Ele busca por todos, inclusive por mim e
por você.
Pr.
Antonio Jorge
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