Vento
suave, nuvens brancas brincando nos céus, campo aberto em clareira velavam um altar
de pedras construído para adoração ao SENHOR.
Entre folhagens extremamente verdes,
balançando ao sabor da brisa, alguns raios do sol ousavam atravessá-las e
aquecer o solo resfriado pelo orvalho da noite que se despedira, melancólica,
há pouco.
Dois irmãos caminhavam em direção ao local
santo conduzindo oblações ao CRIADOR. O mais velho, Caim, levava consigo frutos
da terra enquanto que Abel, com júbilo, carregava nos ombros um cordeiro, o
melhor de seu rebanho e as gorduras de suas ovelhas.
As ofertas foram assentadas sobre a
pedra ara. Os dois sacrifícios foram apresentados a Deus.
Como aroma suave a doação de Abel, em forma de fumaça mesclou-se
às nuvens do céu em airoso louvor. A dádiva de Caim permaneceu estática, inerte
sobre a pedra.
É muito provável que Abel ainda estivesse de joelhos,
orando, quando Caim intentou matá-lo. Muito mais crível é que seu sangue tenha
sido derramado bem próximo daquele altar.
O SENHOR aproximou-se
do fraticida e inquiriu: “Onde está teu irmão Abel?”.
Essa é mais uma
pergunta, que ecoa vencendo séculos, feita pelo CRIADOR, e que nunca deixará de
ser reiterada.
No resumo da Santa
Lei está escrito: “Amar a Deus sobre todas as coisas, de todo o coração, com
todo teu entendimento, com toda tua alma, e ao próximo como a ti mesmo”.
O ódio apoderou-se de
Caim porque sua oferta não foi aceita como fora a do seu irmão. Comportamentos distintos
em relação ao Senhor movem a Sua mão de maneira desigual.
Temos consciência do que,
e como ofertamos algo a Deus? Que tipo de vida, hoje, estamos deitando aos seus
pés?
Como responderíamos,
neste momento, a essa pergunta? Assim como Caim, que disse: “Não sei. Acaso sou o guarda de meu
irmão?”.
Tudo começa quando
cedemos às tentações do inimigo e desobedecemos a Deus. Nossas ofertas não são
mais as mesmas, empobrecem... Isso gera no espírito morto pelo pecado,
sentimentos diversos, escusos, incontroláveis... Deixamos de nos importar com
nossos irmãos. Gradativamente os perdemos de vista.
Passamos a nos inquirir
quem é o nosso próximo. Com o entendimento embotado, entenebrecido pelo
enganador, a distância entre nós e a PALAVRA DE DEUS aumenta, agiganta-se.
Nossas ofertas tornam-se cada vez mais raras, escassas... Impuras.
Quando não sabemos
onde está nosso irmão, o mundo fecha-se em volta de nós mesmos tornando-nos
egocêntricos e cada vez mais sozinhos.
Que oferta levaremos
ao altar de Deus se, de maneira consciente, somos capazes de passar, indiferentes,
ao lado de alguém que, recusado pela sociedade é lançado em uma sarjeta
miseravelmente implorando por socorro?
Onde está meu irmão?
Como posso estender-lhe a mão se não sei onde está? Será que não está dentro da
minha própria família esperando que eu lhe mostre o caminho que é Jesus?
Abel levou ao SENHOR do
melhor que possuía. Ofertou com alegria... Com amor... A melhor dádiva que
podemos depositar no altar em adoração é nossa própria vida... Um coração
contrito Ele não despreza...
Caim ofertou.
Acredito que estava apenas cumprindo um ritual ou tentado barganhar com Deus.
Não foi a oferta que o SENHOR recusou, mas a maneira de como ele ofertou... De
coração vazio.
Onde está meu
irmão... Quem é o meu próximo... Que preciso fazer para, junto com meus
sacrifícios, as petições que guardo no peito cheguem ao SENHOR?
O Deus que servimos
não está entre nuvens distantes nos céus. Ele é um Deus presente, onipotente,
mas justo. Não se agrada em punir... Prefere receber nossas oferendas e nos
reconhecer como filhos.
Na vida, todos
caminhamos em direção ao maior dos altares que está aos pés do SENHOR.
Precisamos que o rastro deixado pelo nosso caminhar seja, inteiro, colocado
sobre esse local de sacrifício.
Poderemos então
responder ao CRIADOR quando Ele perguntar a cada um de nós: “onde está teu
irmão?”
– Estão aqui comigo à
teus pés, com exceção daqueles que, infelizmente, não quiseram ouvir Tua
PALAVRA.
AJorge
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