sábado, 15 de dezembro de 2012

Onde Está o teu Irmão?


     Vento suave, nuvens brancas brincando nos céus, campo aberto em clareira velavam um altar de pedras construído para adoração ao SENHOR.
         Entre folhagens extremamente verdes, balançando ao sabor da brisa, alguns raios do sol ousavam atravessá-las e aquecer o solo resfriado pelo orvalho da noite que se despedira, melancólica, há pouco.
      Dois irmãos caminhavam em direção ao local santo conduzindo oblações ao CRIADOR. O mais velho, Caim, levava consigo frutos da terra enquanto que Abel, com júbilo, carregava nos ombros um cordeiro, o melhor de seu rebanho e as gorduras de suas ovelhas.
     As ofertas foram assentadas sobre a pedra ara. Os dois sacrifícios foram apresentados a Deus.
Como aroma suave a doação de Abel, em forma de fumaça mesclou-se às nuvens do céu em airoso louvor. A dádiva de Caim permaneceu estática, inerte sobre a pedra.
É muito provável que Abel ainda estivesse de joelhos, orando, quando Caim intentou matá-lo. Muito mais crível é que seu sangue tenha sido derramado bem próximo daquele altar.
O SENHOR aproximou-se do fraticida e inquiriu: “Onde está teu irmão Abel?”.
Essa é mais uma pergunta, que ecoa vencendo séculos, feita pelo CRIADOR, e que nunca deixará de ser reiterada.
No resumo da Santa Lei está escrito: “Amar a Deus sobre todas as coisas, de todo o coração, com todo teu entendimento, com toda tua alma, e ao próximo como a ti mesmo”.
O ódio apoderou-se de Caim porque sua oferta não foi aceita como fora a do seu irmão. Comportamentos distintos em relação ao Senhor movem a Sua mão de maneira desigual.
Temos consciência do que, e como ofertamos algo a Deus? Que tipo de vida, hoje, estamos deitando aos seus pés?
Como responderíamos, neste momento, a essa pergunta? Assim como Caim, que disse: “Não sei. Acaso sou o guarda de meu irmão?”.
Tudo começa quando cedemos às tentações do inimigo e desobedecemos a Deus. Nossas ofertas não são mais as mesmas, empobrecem... Isso gera no espírito morto pelo pecado, sentimentos diversos, escusos, incontroláveis... Deixamos de nos importar com nossos irmãos. Gradativamente os perdemos de vista.
Passamos a nos inquirir quem é o nosso próximo. Com o entendimento embotado, entenebrecido pelo enganador, a distância entre nós e a PALAVRA DE DEUS aumenta, agiganta-se. Nossas ofertas tornam-se cada vez mais raras, escassas... Impuras.
Quando não sabemos onde está nosso irmão, o mundo fecha-se em volta de nós mesmos tornando-nos egocêntricos e cada vez mais sozinhos.
Que oferta levaremos ao altar de Deus se, de maneira consciente, somos capazes de passar, indiferentes, ao lado de alguém que, recusado pela sociedade é lançado em uma sarjeta miseravelmente implorando por socorro?
Onde está meu irmão? Como posso estender-lhe a mão se não sei onde está? Será que não está dentro da minha própria família esperando que eu lhe mostre o caminho que é Jesus?
Abel levou ao SENHOR do melhor que possuía. Ofertou com alegria... Com amor... A melhor dádiva que podemos depositar no altar em adoração é nossa própria vida... Um coração contrito Ele não despreza...
Caim ofertou. Acredito que estava apenas cumprindo um ritual ou tentado barganhar com Deus. Não foi a oferta que o SENHOR recusou, mas a maneira de como ele ofertou... De coração vazio.
Onde está meu irmão... Quem é o meu próximo... Que preciso fazer para, junto com meus sacrifícios, as petições que guardo no peito cheguem ao SENHOR?
O Deus que servimos não está entre nuvens distantes nos céus. Ele é um Deus presente, onipotente, mas justo. Não se agrada em punir... Prefere receber nossas oferendas e nos reconhecer como filhos.
Na vida, todos caminhamos em direção ao maior dos altares que está aos pés do SENHOR. Precisamos que o rastro deixado pelo nosso caminhar seja, inteiro, colocado sobre esse local de sacrifício.
Poderemos então responder ao CRIADOR quando Ele perguntar a cada um de nós: “onde está teu irmão?”
– Estão aqui comigo à teus pés, com exceção daqueles que, infelizmente, não quiseram ouvir Tua PALAVRA.
                                                                               AJorge

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